quarta-feira, 13 de julho de 2011

Decreto do Governador de São Paulo Aprofunda a Privatização da Saúde.


Decreto do Governador de São Paulo Aprofunda a Privatização da Saúde.
Leia abaixo matéria publicada no Jornal A Tribuna sobre a questão das OS e a terceirização da Saúde Pública.



DAREDAÇÃO

Para professora, OS é uma forma de burlar lei
A professora do programa de Mestrado em Saúde Coletiva da UniSantos, Amélia Cohn, afirma que o Estado encontrou uma fórmula de burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal ao repassar a gestão dos hospitais às Organizações Sociais (OSs). Além disso, os trabalhadores dessas unidades não têm estabilidade, o que compromete o princípio do SUS, pois estes estão submetidos à lógica da iniciativaprivada. Outro ponto negativo é que as OSs trazem a racionalidade do mercado para dentro da administração do setor público estatal. Elas somente recebem o que está no contrato de serviços,secumpriremasmetas. "Esses hospitais são obrigados a atender uma demanda aberta. Para que tenham uma saúde fiscal e um orçamento equilibrado,acabamsendoseletivos. (...) O problema é que o Estado, para garantir o caráter público do atendimento, deveriateracapacidadederegulare controlar esse serviço, algo que émuitofalhonoBrasil",diz. A docente também chama a atenção para o problema da dupla porta. Ela participou de algumas pesquisas do Centro deEstudosdeCulturaContemporânea,noHospitaldasClínicas,naCapital,sobreotema. "Os pacientes do SUS não sofrem restrição aos serviços e às tecnologias oferecidos, mas entram em uma fila maior do que a dos planos de saúde",destaca. Amélia diz ainda que os trabalhos constataram uma grande discriminação social interna. No geral, a hotelaria ofertada às operadoras é diferenciada e com melhores instalações.


Planos terão que

ressarcir hospitais

Para professora, OS é uma forma de burlar lei

LUIGI BONGIOVANNI 4/3/10

A-4


Baixada Santista

A TRIBUNA Quarta-feira 13 Quarta-feira 13 A TRIBUNA
As organizações sociais (OSs) responsáveis pela gestão dos hospitais estaduais contam com o apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) paracobrardiretamente dasoperadoras o ressarcimento pelo atendimento prestado aos que têm planos de saúde. Estima-se que o Estado deixe de receber anualmente em torno de R$500 milhões. O dinheiro arrecadado deverá ser utilizado na melhoria do atendimentoe na ofertade serviços do SUS. Embora a iniciativa tenha um caráter positivo, existe o temor que o controle público sobre essa quantia se tornecadavezmaisdifícil. Essas unidades também estão proibidas de reservar vagas ou oferecer um tratamento diferenciadoacidadãoscomconvêniomédico,conformeDecreto no 57.108/2011, publicado no Diário Oficial do Estado, em 6dejulho. A medida regulamenta alguns dispositivos da Lei Complementar no 1.131/2010, que prevê a destinação de até 25% dos atendimentosparapacientesdaredeprivada. O Estado definirá, por meio de resoluções, os hospitais que devem seguir essa regra. A lei prevê que as novidades podem ser adotadas em instituições que realizam procedimentos de alta complexidade, bem como por unidades que oferecem maisde 50% daoferta de serviçosdesaúdedaregião. Integrante da Comissão de SaúdedaAssembleiaLegislativa, a deputada estadual Telma de Souza (PT) acredita que vai piorar o acesso dos pacientes do SUS a leitos e serviços de alta complexidade. Também entende que a fiscalização do Estadonãoserásuficientepara impedirinjustiças. "O problema é que isso vai criar duas portas: uma para o SUS e outra para o plano de saúde.Aquestãoeconômicaserá priorizada. Isso é cruel. As operadorasdevemterretaguarda financeira e garantir esses serviços fora da rede pública", ressalta. Na visão do presidente do ConselhodeSecretáriosMunicipais de Saúde (Cosems/SP), Arthur Chioro, é impossível um paciente do SUS disputar em pé de igualdade uma vaga com um usuário da saúde suplementar, pois este consegue fazer mais rapidamente exameseterodiagnósticocorreto. "Acentralderegulaçãoégerida pelo Estado, sem nenhum controle social e dos municípios. Trata-se de um Robin Hood às avessas para facilitar os planos de saúde. É uma verdadeiraindecência",afirma.
CONTESTAÇÃO
Aprovada em dezembro do ano passado, a lei complementar foi alvo de intensos debates na Assembleia Legislativa e contoucomaantipatiaderenomadas organizações, como o Conselho Regional de MedicinadoEstadoeoCosems/SP. Apesar da pressão, os parlamentaresaprovaram aproposta, que foi sancionada pelo então governador Alberto Goldman (PSDB)no mesmo mês. A pedido dessas e de outras entidades,oMinistérioPúblicoEstadual deverá ingressar com umaaçãocivilpúblicaparacontestaralegislação. Conforme o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), alegislação fere os princípios da Constituição Federal e Paulista, assim como a Lei OrgânicadaSaúde. Advogada do Idec, Juliana Ferreira explica que o novo decretoestadualnãoéclaro sobre a determinação de não poder haver distinção no atendimento entre pacientes do SUS e de planos de saúde. "Além disso, sobre o ressarcimento das operadoras ao SUS, o decreto é inócuo, pois já existe uma lei federal (de 1998) que determinaisso",destaca. A professora do Mestrado emSaúdeColetivadaUniversidade Católica de Santos (UniSantos),
Amélia Cohn, entende que essa regulamentação da lei dá um passo a mais no processo de privatização. "Tratase de algo mais grave e profundo. É como se fosse uma privatização invisível",frisa.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

II Seminário Nacional Contra Privatização da Saúde

II Seminário Nacional Contra Privatização da Saúde

Posted by frentepe on 28 de junho de 2011

“SUS 100% PÚBLICO, ESTATAL E DE QUALIDADE”
09 a 10 de Julho
Faculdade de Medicina da USP – São Paulo

Programação
18 de junho
10h00 –  Mesa de Abertura
10h30 –  Análise de Conjuntura Nacional e da Saúde
Plínio de Arruda Sampaio Junior
Mauro Iasi
Alessandra Camargo
Tiago Henrique dos Santos Silva

12h30 –  Horário reservado para almoço
14h00 –  O Financiamento da Saúde e a Privatização
Aquilas Mendes
Virginia Junqueira
Sara Granemann
Ary Blinder
Francisco Batista Junior (CNS)
16h00 –  As lutas no atual período
Parlamentares (Janira Rocha – PSOL/RJ e Rejane – PC do B/RJ)
Movimento Sindical
Movimento Popular (Central de Movimentos Populares – CMP)
Movimento Estudantil (Fenex)
Frente Nacional contra a Privatização da Saúde

19 de junho
Manhã –  Grupos de Trabalho
Tarde –  Plenária

Data: 09 e 10 de Julho de 2011
Local: Faculdade de Medicina da USP, Av. Dr. Arnaldo 455, metrô Clínicas
Inscrições gratuitas (forumpopulardesaudesp@gmail.com)
Organização: Frente Nacional Contra Privatização da Saúde

O SUS EM SANTOS E OS INTERESSES INCONFESSÁVEIS

O SUS EM SANTOS E OS INTERESSES INCONFESSÁVEIS


Existe no mundo (e sempre haverá) uma luta entre duas concepções de gestão da coisa pública. Uma que propõe o envolvimento de toda a sociedade na definição de quantos, quais e com que missão se cria e mantém serviços públicos e, por decorrência, como se mensura e controla os gastos para execução destes mesmos serviços. Essa concepção propõe como prática inalienável que os burocratas dos governos, que dominam instrumentos de planejamento e administram o dinheiro arrecadado da sociedade, discutam os rumos das políticas públicas, de forma aberta e sem recusas da crítica, com os contribuintes e usuários dos serviços públicos. Essa prática nada mais é que a constituição de uma pedagogia que possibilita que a população saia da posição de ignorância das técnicas de gestão (de serviços e de recursos financeiros) e possa interferir qualitativamente nas tarefas que os governos executam para a sociedade.
A outra concepção defende ferozmente que os burocratas dos governos são portadores de um saber exclusivo e, por conseguinte, são únicos conhecedores da técnica e das necessidades da sociedade. Isso lhes conferiria autoridade científica, prerrogativas legais e legitimidade eleitoral para decidir tudo que diz respeito ao que deve ser retribuído à sociedade por toda e qualquer esfera de governo. Essa idéia, por expressar uma vertente reacionária na condução da vida social, é irmã siamesa e ocultadora da corrupção entre administradores públicos e as empresas que pagam as milionárias campanhas eleitorais partidárias, além de propinas menores para “peixes pequenos” das hierarquias dos governos e dos legislativos, tudo com vistas a abocanhar as fontes inesgotáveis de favorecimentos e de recursos do Estado.
Os últimos governos de Santos têm se pautado, de forma quase religiosa, pelo segundo conjunto de idéias, em especial na condução do Sistema Municipal de Saúde e da articulação do Controle Social relativo à essa política fundamental para a manutenção da vida.
Alguns exemplos graves: secretários e assessores encastelados em gabinetes; relações verticais e intimidatórias da cúpula da secretaria com os trabalhadores da base do sistema; implementação autoritária de mudanças de rotina que afetam negativamente a prestação de serviços aos usuários dos serviços; falta de infraestrutura e de condições de trabalho para que a base do sistema funcione adequadamente; falta inexplicável de planejamento para repor o contingente de funcionários nas unidades; terceirização de serviços que só geram lucros para empresas e prejuízos para o erário público e, o mais grave: a deformação proposital e perniciosa do Controle Social (Conferências Municipais de Saúde, eleições do Conselho Municipal de Saúde e a fiscalização do sistema municipal), visando inviabilizar o surgimento de qualquer forma de protagonismo da sociedade, impedir a participação e a crítica dos setores organizados e esfumaçar a destinação de recursos financeiros do SUS.
O conjunto de conquistas inerentes à organização da saúde pública no Brasil, inseridos com muita luta na Constituição atual, do qual faz parte o Controle Social, aqui foi grave e deliberadamente desfigurado pelo uso do tráfico de influência entre gestores e organizações subvencionadas e/ou grupos político-partidários de sustentação do atual governo municipal. A legislação sobre o tema “controle social no SUS” manda realizar Conferencias de Saúde amplamente divulgadas, nas quais a população apresentaria suas demandas e, ao mesmo tempo, avaliaria a implementação, pelo gestor, das iniciativas aprovadas nas conferencias anteriores.
Como desdobramento direto desse processo amplo e participativo, compor-se-ia a gestão seguinte do Conselho Municipal de Saúde, que teria como tarefas acompanhar e fiscalizar a execução da Política de Saúde no nível local. Além dessas tarefas permanentes, o CMS deveria fazer a interlocução com as Conferências Estadual e Nacional e com os Conselhos de Saúde nas respectivas esferas.
Além das últimas conferências completamente manipuladas, tanto que foi necessário a intervenção do Judiciário Federal para corrigir distorções, agora mais um exemplo de simulacro mal enjambrado de participação social inventado pelo gestor do SUS nessa cidade está em andamento. É a realização de uma “Conferência de Saúde”, em apenas meio período de um dia, sem qualquer participação do conjunto de usuários do sistema ou avaliação dos absurdos pelos quais atravessa o SUS local.
É uma tragédia: por conta da arrogância, da ganância e da manipulação eleitoral, aqueles que proporcionalmente pagam mais impostos também pagam com sequelas nos corpos e alguns com a própria vida!
POR UM SUS PÚBLICO E ESTATAL E, UM CONTROLE SOCIAL DE VERDADE.
●SINDSERV SANTOS
●ASSOJUBS
●SINTRAJUD – BAIXADA SANTISTA
●SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE SANTOS E REGIÃO
●SINDSAUDE-BAIXADA SANTISTA
●SINDICATO DOS METALURGICOS DE SANTOS E REGIÃO
●SINSPREV-BAIXADA SANTISTA
●CENTRO DOS ESTUDANTES DE SANTOS E REGIÃO
●FÓRUM POPULAR DE SAÚDE DE SÃO PAULO
●FÓRUM POPULAR DE SAÚDE DA BAIXADA SANTISTA