quinta-feira, 31 de março de 2011

ARTIGO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE



NÂO À TERCEIRIZAÇÃO !

 O tecnicismo que se desenvolveu espantosamente ao longo do século XX fez com que a medicina perdesse a visão do ser humano como uma totalidade. Partes do seu corpo são atendidas por profissionais cada vez mais especializados na sua área de conhecimento. Ao mesmo tempo, a tecnologia armada, que na medicina cresce de forma aditiva e nunca substitutiva, encareceu assustadoramente o atendimento. Por razões diversas, os serviços públicos delegaram aos serviços privados o atendimento especializado. Delegar uma atividade originalmente de sua responsabilidade a um terceiro é uma prática antiga. Embora responsabilidade do Estado (a Constituição Federal de 1988 determina que ?A saúde é direito de todos e dever do Estado? ? Título VIII, Da Ordem Social, Seção II, Da Saúde, Art. 196), a maior parte das internações hospitalares e consultas especializadas do serviço público, inclusive em Maringá, é realizada por serviços privados. Portanto, terceirizada. ?Terceirizar? é um eufemismo para ?privatizar. Não existe ilegalidade nesta prática, mas a lógica que a movimenta é a do livre-mercado, da saúde/doença como fonte de lucro. Exames são excessivamente solicitados, como se fosse possível utilizá-los em substituição ao velho e bom raciocínio clínico. Não sou contra a tecnologia, mas sim que ela esteja permanentemente a serviço do homem e não o contrário. A remuneração feita pelo número de doentes atendidos no mínimo cria uma enorme contradição para um serviço que se diz ?de saúde?: quanto mais doença houver, maior a possibilidade de ganho. Para limitar os gastos, limita-se o número de atendimentos e congela-se a remuneração. Desnecessárias maiores considerações sobre o grau de insatisfação da população quanto à qualidade dos serviços e dos profissionais que recebem pelos atendimentos realizados. O modelo privado de assistência médica, com todas estas distorções, não serve de exemplo para nenhum outro serviço. Observem: não estou me referindo às distorções do sistema público, mas sim do modelo privado de assistência médica. Aqueles que utilizam seguros ou convênios de saúde e que enfrentam verdadeiros cardápios de doenças que nunca poderão ter (como se tivessem o direito de escolher!), limitações do número de consultas e exames, ou filas de espera tão longas quanto e, por vezes, até maiores que às do serviço público, sabem muito bem do que estou falando. Assim posto, a idéia de que o serviço de saúde privado é melhor do que o público não tem a mínima sustentação. Por vezes o público dá melhores respostas. Vejam o exemplo da Aids? O atendimento público brasileiro para aqueles que têm esta doença é modelo para a Organização Mundial da Saúde, enquanto os planos e seguros privados de saúde só o fazem depois de muita discussão judicial. Terceirizar ainda mais o atendimento aos que já estão doentes seria o mesmo que aprofundar as enormes distorções já existentes. Delegar o que hoje é realizado, e muito bem, pelos serviços públicos, como por exemplo, o programa de vacinação, seria assinar o atestado de completa incompetência gerencial. Sem pensar em como ficaria o controle social, previsto em lei e que se tenta legitimar a duras penas.
Cabe sim perguntar se não seria necessário propor novos modelos de gestão para os serviços públicos, que os tornem mais ágeis e resolutivos. O atual ministro da Saúde, José Gomes Temporão, aponta nesta direção. Vamos acompanhar.
* Paulo Roberto Donadio, médico
Ex-secretário de Saúde de Maringá; professor da UEM
 

ATO CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE DA BAIXADA SANTISTA

   

 ATO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE DA BAIXADA SANTISTA



Servidores de Santos e das demais prefeituras da região, além de integrantes do Fórum Popular de Saúde de São PAulo, o Sindicato dos Bancários  da Baixada Santista e Região, o Sindicato dos Metalúrgicos Metalúrgicos da Baixada Santista fizeram ontem um ato  na abertura do Congresso de Secretários de Saúde  de São Paulo  para chamar a atenção para as tentativas do Governo do Estado e das prefeituras da região de privatizar ou terceirizar a saúde.   O objetivo foi alertar munícipes e participantes do congresso sobre o processo de entrega de serviços e unidades hospitalares para entidades ditas sem fins lucrativos,  como Organizações Sociais de Saúde, Oscips e Fundações.
Na verdade, esse tipo de entidade, como pode ser comprovado em várias cidades e também na capital, se baseia no conceito de que saúde é um meio como outro qualquer de ganhar dinheiro,
A intenção de comprar o antigo Hospital dos Estivadores  pela Prefeitura de Santos visa justamente entregar o gerenciamento da unidade à  iniciativa privada. .
O Sindserv  e os demais participantes do Fórum Contra a Terceirização da Saúde da Baixada Santista acreditam que saúde não pode ser tratada como mercadoria e luta pela expansão e qualidade no atendimento do SUS.
Se você acha importante a manutenção e melhoria do SUS, participe também desta luta!

segunda-feira, 28 de março de 2011

ATO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE NA BAIXADA SANTISTA



ATO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE NA BAIXADA SANTISTA


Estaremos realizando  um Ato contra a Terceirização da Saúde na Baixada Santista. O Ato acontecerá em frente  ao Center Convetion, a partir das 17h45m desta 3ª Feira, dia 29/03/2011.
Nesse, local será realizado o Congresso que reunirá os secretários de Saúde de São Paulo. Todos sabemos que o Estado de São Paulo vem terceirizando a Saúde Pública com graves consequências para a saúde da população. São denúncias e mais denúncias de corrupção, de desmantelamento do SUS, de transferência do patrimônio do povo para as mãos de empresários. 
Chega a ser sarcástico o Tema escolhido para ess Congresso: “União, Estado e Municípios na consolidação do SUS: compromissos e responsabilidades”. 
O que se percebe é exatamente o contrário, isto é, os Estados, Municípios e a União vem sistematicamente desmantelando o SUS. 

POR ISSO CONVOCAMOS TODOS  OS MILITANTES, OS FÓRUNS, AS PASTORAIS OS SINDICATOS PARA COMPARECEREM NESTA TERÇA-FEIRA ÀS 17H45M  PARA JUNTOS DIZERMOS NÃO À TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE NA BAIXADA SANTISTA

ABAIXO ASSINADO ELETRONICO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA

Os movimentos Sociais que atuam contra a terceirização da Saúde Pública organizaram um abaixo assinado virtual. O objetivo é que Supremo Tribunal Federal julgue PROCEDENTE a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.923/98. O link do abaixo assinado é o seguinte:
http://acessa.me/b8zk

Terceirização da Saúde Pública: Corrupção e Abuso.

Rio de Janeiro: terceirização da saúde pública, falsos médicos e uso eleitoreiro de Hospitais

 
Falsos médicos, desvio de função técnica e compra de votos em 20 unidades de saúde públicas e privadas do Rio de Janeiro A política de saúde no Estado do Rio de Janeiro caracteriza-se pelo descompromisso com princípios que são garantia da normalidade da prestação de serviços pùblicos. O abuso da terceirização em atividades fim e a transferência de gestão, cada vez mais questionadas por sindicatos e pela sociedade, tem resultado em ocorrências policiais e ações na Justiça contra a entrega do governo da saúde a interesses privados. Ações trabalhistas têm sido propostas por profissionais lesados em seus direitos e salários. Os resultados negativos desta prética têm contaminado os estabelecimentos de saúde e causado, cada vez mais, situações que apavoram os usuários de serviços de saúde. Leia a notícia abaixo, sobre ilegalidades, desvios e usos eleitorais de estabelecimentos de saúde do Rio de Janeiro. 10 de setembro de 2010 • 03h36 Pelo menos 20 hospitais públicos e particulares, clínicas e centros médicos são suspeitos de usar mão de obra de falsos médicos ou funcionários em desvio de função técnica na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP) e envolveria até o Hospital da Posse, de Nova Iguaçu, maior Emergência da Baixada. O delegado Fábio Cardoso, titular da especializada, vai investigar o envolvimento do hospital com o falso médico Silvino da Silva Magalhães, 40 anos, que se passava por ginecologista e obstetra no Hospital das Clínicas de Belford Roxo. Silvino está preso acusado de homicídio doloso, exercício ilegal de profissão e falsificação de documentos. Também será investigado o Hospital Iguaçu, porque Silvino tinha em seu poder mais de 30 receituários em branco da unidade e carimbos do CRM de vários médicos. Segundo o delegado, as investigações vão apurar ainda as mortes de pelo menos 13 bebês ocorridas desde janeiro no Hospital das Clínicas de Belford Roxo. Na quinta-feira, fiscais da Justiça Eleitoral apreenderam na unidade documentos de 27 pacientes com as respectivas cópias dos títulos eleitorais, o que indicaria troca de serviços do hospital por voto. Os fiscais também apreenderam quatro computadores, munição para calibre 38 e ampolas de morfina vencida. Deodalto Ferreira, dono do hospital, fugiu pela porta dos fundos para não ser preso em flagrante. Ele é irmão do candidato a deputado estadual Flávio Ferreira (PR), que seria beneficiário do uso eleitoreiro do hospital. Fiscais da Vigilância Sanitária do Estado também estiveram quarta-feira na unidade e constataram insalubridade nos leitos e falta de UTI. O hospital faz em torno de 500 partos por mês e cirurgias plásticas. O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) abriu sindicância para apurar a responsabilidade da direção técnica do hospital na contratação de Silvino e a possível participação de médicos. Segundo o delegado Fábio Cardoso, pelo menos 10 médicos que estariam envolvidos nas irregularidades serão chamados a depor. “Se for comprovado o envolvimento, vamos indiciá-los também por exercício ilegal da profissão e falsificação de documentos”, disse o policial. Desde que estourou o escândalo do Hospital das Clínicas, dezenas de telefonemas têm sido feitas ao Disque-Denúncia (2253-1177) e para a delegacia com queixas sobre falsos médicos. Para o delegado, dois fatores contribuem para que hospitais contratem falsos médicos: a vaidade do estudante de Medicina, que se gaba de cuidar de pacientes, e a mão de obra barata, já que são R$ 150 a R$ 200 por plantão comparados a R$ 1 mil pagos a um profissional. Suspeito pela polícia de ser sócio do Hospital das Clínicas, o prefeito de Belford Roxo, Alcides Rolim (PT), que é médico, negou na quinta-feira o fato por nota. A mulher dele, Eliane Rolim (PT), candidata a deputada federal, foi apontada também como suposta beneficiária do uso eleitoreiro do hospital. O prefeito anunciou que abriu auditoria para apurar as denúncias contra a unidade, que, segundo o Ministério da Saúde, recebeu do governo federal, entre 2008 e o primeiro semestre deste ano, R$ 5,6 milhões referentes a 10.990 internações e cirurgias. O dinheiro, com rubrica do SUS, é repassado pela prefeitura. Mais uma denúncia de mau atendimento Na quinta-feira, Patrícia da Silva Pereira, 20 anos, que deu à luz as gêmeas Alana e Sofia em 5 de abril, foi à porta da unidade protestar contra o atendimento. Ela desmaiou na mesa de cirurgia e teve de ser transferida ao Hospital da Posse. “Não sei se foi um falso médico quem cuidou da minha filha. Até hoje não recebi um documento sequer sobre o atendimento. É um absurdo”, reclamou a avó dos bebês, Maria das Dores da Silva, 36 anos. O delegado Fábio Cardoso vai pedir a prisão preventiva também do falso médico colombiano identificado com Félix, que atuava com Silvino. Histórico de problemas com a Justiça A procuradora regional eleitoral, Silvana Bartini, solicitou ontem à 54ª DP (Belford Roxo) cópias do inquérito que investiga a ação do falso médico Silvino Magalhães no Hospital das Clínicas. Ela disse que quer apurar as denúncias de uso eleitoreiro da unidade para beneficiar a candidatura a deputado estadual de Flávio Ferreira (PR), irmão do dono do hospital. Santinhos do candidato foram apreendidos pela polícia no local. Não é a primeira vez que Flávio Ferreira enfrenta problemas com a Justiça Eleitoral. Em 2004 ele chegou a ser eleito prefeito de Paracambi, na Baixada Fluminense, mas teve o mandato cassado por compra de votos. Flávio chegou a tomar posse na prefeitura, mas foi destituído do cargo. O segundo colocado, André Ceciliano (PT), assumiu em seu lugar. A procuradora explicou que, se ficar comprovado o uso do hospital na campanha do candidato, ela poderá entrar com uma ação contra ele por abuso de poder. A punição, além de multa, poderá ser a cassação do registro de sua candidatura. Fonte: noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4670369-EI5030,00-RJ+falsos+profissionais+e+compra+de+votos+envolveriam+unidades+de+saude.html Na luta contra essa prética escandalosa o CREMERJ vai colocar em seu site as fotos dos médicos para que possam ser identificados e para que os falsos médicos sejam denunciados. A notícia está em g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/09/cremerj-disponibiliza-foto-de-medicos-em-site-para-identicar-criminosos.html
Fonte: http://faxsindical.wordpress.com

sexta-feira, 25 de março de 2011

COLETIVO DE ENTIDADES ENTREGAM MANIFESTO CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA DA BAIXADA SANTISTA


Nesta última 4ª feira(23/03), o Coletivo de Entidades que vem se organizando para fazer frente ao processo de terceirização da Saúde da Baixada Santista, entregou aos vereadores da Câmara de Santos o seguinte Manifesto:


 

A SAUDE PUBLICA NA BAIXADA SANTISTA: TEM QUE SER DIREITO DE TODOS E NÃO LUCRO DE ALGUNS

1)    Não somos contrários à compra do Hospital dos Estivadores. Sabemos todos que um equipamento desse porte é importante para que se possa atender  mais e melhor a população;
2)    No entanto, somos absolutamente contrários à idéia de terceirização da gestão   do Hospital dos Estivadores após a sua aquisição pela Prefeitura de Santos como foi  aventada pelo Sr. Prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa conforme matéria veiculada pelo jornal Tribuna em 4 de março  passado
3)    A terceirização, como demonstra os inúmeros exemplos espalhados pelo Brasil e , em especial, no Estado de São Paulo, configura-se como uma transferência de recursos públicos para as mãos de empresários da saúde que visam somente auferir lucros, transformando a saúde das pessoas em mera mercadorias;
4)    A terceirização fere o princípio  de universalização ao atendimento à saúde, divide um espaço que é público, impõe uma divisão entre aqueles que podem pagar e aqueles que dependem apenas dos serviços públicos com visíveis diferenças de tratamento entre os mais ricos e os pobres, configurando-se um verdadeiro apartheid da saúde. Tudo isso financiado pelo dinheiro do  povo.
5)    É um duro ataque aos Direitos da População, ao SUS ( Sistema Único da Saúde)e aos Serviços Públicos. Impede que a população exerça o Direito de fiscalização do uso do dinheiro público, porque  coloca o  mesmo nas mãos da iniciativa privada;
6)    Aumenta os gastos com a Saúde Pública sem melhorar o atendimento às pessoas que mais precisam de um serviço  público de qualidade, porque a prioridade é a garantia do LUCRO   e não a Saúde da população;
7)    A perversidade da Terceirização se faz notar no processo que a antecede que é justamente o sucateamento dos serviços públicos de forma sistemática para que a população usuária clame por mudanças. Trata-se de uma irresponsabilidade social  dos Gestores Públicos sem adjetivos para qualificá-la;
8)    As Entidades  que assinam este documento dirigem-se aos senhores vereadores para  que repudiem veementemente a Terceirização da Saúde da Baixada Santista;

9)    Afinal, a Saúde é um direito de Todos e não a Garantia do Lucro de Alguns!



 Associação dos Funcionários e Servidores do Poder Judiciário de São Paulo
Sindicato dos Bancários de Santos e Região
Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista
Sindicato dos Servidores Municipais de Santos
Sindicato dos Servidores Estatutários de Santos
Sindicato dos Servidores de Praia Grande
Sindicato dos Odontologistas de Santos
Sindicato dos Servidores de São Vicente  
Sindicato dos Petroleiros de Santos
Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado de São Paulo
Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal
Fórum Popular de Saúde de São Paulo
PSOL- Partido Socialismo e Liberdade



BAIXADA SANTISTA GANHARÁ UM FÓRUM POPULAR DA SAÚDE

   BAIXADA SANTISTA GANHARÁ UM FÓRUM POPULAR DA SAÚDE


 

A Baixada Santista vai contar com um importante instrumento para discutir e traçar ações para barrar o processo de terceirização e privatização da saúde pública da região.
Ontem, foi dado o primeiro passo para a criação do Fórum Popular  de Saúde da Baixada Santista, durante o Seminário “Saúde Pública na Baixada Santista: Lucro de Alguns ou Direito de Todos?”.
O evento foi organizado pelo SINDSERV, junto com outras entidades, como o SINTRAJUD, Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Petroleiros, e contou com centenas de estudantes e profissionais ligados à área da saúde.
O encontro teve como expositores importantes especialistas em saúde, como Dra. Virgínia Junqueira,  professora da Unifesp, Dra. Maria Isabel Calil, professora da UniSantos e Paulo Roberto Spina, do Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo.
Virgínia Junqueira fez um verdadeiro retrospecto dos principais fatos que geraram os processo de terceirização e privatização do SUS  no Brasil e no Estado de São Paulo, ressaltando o papel crucial que as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSS) (criadas em 1998, no Governo FHC sob a ótica das experiências ultra-neoliberais do governo inglês de Margareth Tather), tiveram no que ela chamou de desmantelamento da saúde pública.
"Em São Paulo há pelo menos 20 hospitais geridos por OSS. Elas são escolhidas pelos Governos sem nenhum critério público de transparência. Não há nenhuma licitação ou concorrência. O poder público escolhe a que ele achar conveniente e transfere dinheiro público. A saúde fica fragmentada em setores, cada qual com uma organização e o Sistema Único de Saúde, que é único, vira  uma verdadeira colcha de retalhos. Cada pedaço é gerenciado por uma OSS - cada uma com a sua lógica, com a sua política salarial e com seus interesses".
Outra característica das OSS é que elas não estão sujeitas a nenhum tipo de controle público. "Os conselhos de saúde não podem interferir, nem mesmo o governo pode".
Paulo Spina, do Forum Popular de Saúde do Estado, lembra que o foco das OSS são sempre o lucro. "Onde elas se instalaram em SP as relações de trabalho ficaram precarizadas. Não há concurso público e os trabalhadores têm que se enquadrar em sistemas de metas e de superprodutividade".
Flávio Saraiva, presidente do Sindserv, considerou que em Santos a Prefeitura e o Estado estão  preparando o terreno para a privatização do atendimento na área. "Para já mandou para a Câmara o pedido de autorização para comprar o Hospital Conselheiro Nébias com o interesse de que uma OSS assuma".
Fórum
O Nascimento oficial do Fórum Popular de Saúde da Baixada Santista já está marcado. Será no dia 9 de abril, às 15h, no Sindicato dos Petroleiros de Santos (Av. Conselheiro Nébias, 248). Estudantes, associações de classe e entidades ligadas à saúde estão convidadas a participar.
"Esta entidade organizativa ainda é um embrião. Estamos começando e não temos respostas acabadas para todas as questões. Mas de uma coisa temos a certeza: nós temos um lado, que é o dos prejudicados pelo processo perverso da transformação da saúde pública numa fonte de lucro para alguns".
fonte: Sindservsantos.

SINDICATO DOS SERVIDORES DE SANTOS CHAMAM OS TRABALHADORES DA SAUDE PARA ENCONTRO SOBRE TERCEIRIZAÇÃO


SERVIDORES DA SAÚDE DE SANTOS
E POPULAÇÃO SOB GRAVE AMEAÇA!

Papa publicou decreto que aponta para a terceirização da saúde em Santos (Decreto 5.729 - diário oficial em 01.12.10). Tudo indica que ele vai usar dinheiro público para colocar empresas na administrarão dos serviços de saúde da Prefeitura. Verbas que já são escassas vão virar lucros de alguns.
SE ISSO ACONTECER, COMO FICARÃO OS SERVIDORES DOS HOSPITAIS, PRONTO SOCORROS E OUTROS SERVIÇOS?
- A empresa terceirizada terá total poder de administração. Colocará os funcionários estatutários à disposição da Prefeitura e contratará trabalhadores com salários mais baixos;
- Vai sobrar para todo mundo: estatutários e contratados pela 650;
- Os servidores dispensados nesses equipamentos perderão seus adicionais, plantões, funções gratificadas, insalubridade, entre outros;
- A terceirização reduzirá mais e mais o numero de servidores que contribuem com a CAPEP (saúde) e com o IPREV (aposentadoria). Estará decretado o fim do atendimento a saúde e da aposentadoria dos servidores.
- Se algum servidor estatutário permanecer numa unidade terceirizada, sofrerá com o Assédio Moral até que não agüente a pressão e peça  transferência;
- Concursos Públicos para a área da Saúde não serão mais realizados;
- A terceirização aumentará a fragilidade dos servidores efetivos da PMS. Ficará muito mais difícil discutir reajuste salarial e plano de carreira para todos;
- Aumentará o apadrinhamento de políticos dentro dessas unidades terceirizadas;
- Com o tempo essas empresas rompem os contratos, fecham hospitais e deixam a população sem atendimento. Pelo país afora existem diversos casos que comprovam essa tragédia.
Cuidado com notícias distorcidas, opiniões desavisadas e promessas milagrosas. Somente informações corretas permitem analisar fatos e tomar atitudes lúcidas.

Se você é Servidor da Saúde venha saber mais sobre o assunto que afetará a sua vida profissional e a vida da coletividade:



Alesp aprova reserva de vagas do SUS para o setor privado


Alesp aprova reserva de vagas do SUS para o setor privado

 
O plenário da Assembleia Legislativa aprovou nesta terça-feira (21), no apagar das luzes do ano, o projeto de lei complementar 45, que reserva 25% das vagas do Sistema Único de Saúde nas unidades geridas por organizações sociais para atendimento a pacientes usuários de convênios privados. Com a medida, a grande maioria da população paulista que já enfrenta filas gigantescas e espera até seis meses por uma consulta, terá uma redução de até 25% das vagas disponíveis nessas unidades.
O governo tentou aprovar o PLC 45/2010 na semana passada, mas a polêmica se estendeu até às 23 horas e parte da base governista deixou o plenário, o que acabou inviabilizando o quórum para votação. Na quinta-feira, durante a discussão, o deputado Raul Marcelo lembrou que a propositura fere a Constituição Federal.
“Só vai nos restar um caminho: o do judiciário. Porque o SUS tem entre os seus princípios o da igualdade. O hospital da organização social, ao estabelecer as duas portas, a do plano e a do SUS, vai legitimar a desigualdade, portanto, constituindo-se numa inconstitucionalidade, uma ilegalidade diante dos princípios do SUS”.
A medida já fora proposta no ano passado pela deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), quando da tramitação do PLC 62/2008. No entanto, o próprio governador tucano José Serra – então pré-candidato à Presidência da República, vetou a expansão da privatização. Agora, com as bênçãos do governador eleito Geraldo Alckmin, o Poder Executivo reencaminhou a proposta à Assembleia e a maioria tucana dos deputados votou a favor de restringir ainda mais o atendimento de saúde à população pobre do Estado. Em São Paulo, 60% dos moradores dependem única e exclusivamente do SUS para terem atendimento de saúde.
Fonte: site do Dep. Raul Marcelo

SAUDE PUBLICA LEILOADA

CAROS AMIGOS – Débora Prado |
Funcionários públicos, economistas, juristas e parlamentares avaliam os problemas da privatização da saúde no Estado de São Paulo via transferência da administração para as Organizações Sociais. A mercantilização gera prejuízos aos usuários sem comprovar economia aos cofres públicos.
Unidades com pintura fresca, recepção, cafezinho e promessa de pouca fila. A transferência de grande parte da gestão de hospitais, ambulatórios e laboratórios no Estado de São Paulo para a iniciativa privada foi anunciada pelo governo como uma solução inovadora para o déficit da saúde pública. Com mais flexibilidade e eficiência, esses ‘empreendedores filantrópicos’ são experts na otimização e gerenciamento de recursos, melhorando o atendimento à população com menor custo, certo? Errado. A mercantilização da área tem gerado prejuízos para os funcionários e pacientes, já foi alvo de pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa paulista e despertou a ira do CNS (Conselho Nacional de Saúde), sem comprovar que haja de fato economia para os cofres públicos.
As denúncias vêm de diversos lados: trabalhadores da saúde relatam instabilidade e assédio moral; no atendimento, o sistema de metas numéricas impostas de cima para baixo prejudica a atenção às necessidades locais da população; juristas contestam a constitucionalidade da medida, especialistas duvidam da capacidade do Estado fiscalizar o custo dos serviços nas unidades, após a transferência da gestão para o setor privado. Com um processo pouco transparente de terceirização, ainda há suspeitas de favorecimento financeiro e político sendo apuradas pelo CNS.
A Constituição Federal, com a implementação do SUS (Sistema Único de Saúde), prevê que a saúde deve ser totalmente pública e é vetada a transferência de propriedade do Estado para o setor privado. Com isso, a saída encontrada para incluir a área na onda de privatizações promovidas a partir da década de 1990 no Brasil foi pelos serviços. Inúmeros hospitais públicos terceirizam desde os serviços menos complexos, como segurança e limpeza, até serviços como a radiologia e o próprio atendimento médico. O principal instrumento para promover a privatização da saúde no País, entretanto, foi a entrega da gestão de hospitais para as Organizações Sociais de Saúde (OSS) – com destaque para o Estado de São Paulo, que se tornou o grande flanco desse modelo.
“As OSS vieram com uma promessa de renovar, de melhorar um quadro em que tudo estava muito antigo – desde a estrutura até os profissionais, que não tinham incentivos pra atualização. Mas, é difícil dizer que melhorou, esse modelo mercantilizou mais a questão da saúde e estimulou a competitividade. Você passa a ter uma noção de que a saúde é número, é meta, porque a meta representa produção e a produção dá visibilidade. Acho que sumiu a qualidade, aquela ideia da saúde pública com um sentimento mais integral e transdisciplinar”, avalia uma enfermeira que já passou por diversas OSS na cidade de São Paulo e prefere não se identificar.
A Lei Complementar número 846/1998 regulamenta a remuneração que cada OSS receberá e prevê que o montante deve ser proporcional ao percentual das metas cumpridas. É justamente aí que reside o primeiro problema, conforme relata a enfermeira. Ela avalia que os investimentos em insfraestrutura poderiam ter sido feitos sem a transferência da gestão para a iniciativa privada, pois este sistema de metas penaliza os trabalhadores e os usuários.
“Você tem que atingir a meta, além de fazer o trabalho administrativo e ainda fazer os projetos que a OSS quer pra ter mais visibilidade, como de reciclagem. Tudo isso em um tempo recorde e muito centrado em patologia. Por exemplo, a população num local pode ter o maior risco para sua saúde por uso de drogas e isso não vai importar, as metas são focadas em hipertensão, diabetes, gestantes, crianças e idosos. Os números estão muito longe da realidade”, conta.
As metas são instituídas no contrato com o Estado e podem variar de acordo com o programa em que a unidade se insere. A remuneração varia de acordo com cada unidade e convênio e, legalmente, as administradoras não podem ter fins lucrativos, apesar de decidirem a destinação de gordas fatias do orçamento público. O profissional, normalmente, é avaliado por um número de atendimentos realizados ou visitas domiciliares. No caso da enfermeira, cuja equipe se enquadra no Programa Saúde da Família, é pedido 192 consultas e 32 visitas mensais, enquanto dos médicos que trabalham com ela são requeridas 400 consultas/mês e 42 visitas domiciliares.
“Vira realmente um mercado, assim como o McDonald’s, tem o funcionário do mês, aquele que mostrou mais números, mesmo que ele não tenha trabalhado de acordo com as necessidades da população. E se você questiona, pode ser demitido, tenho vários amigos que perderam o emprego. O assedio moral é muito grande”. Ela relata casos de racismo e pressões para que profissionais não tornassem públicos os problemas dentro da OSS para não haver um marketing negativo para a gestora.
Já para os médicos, as OSS se tornam um localde passagem. “Falta médico no mercado para trabalhar com pobre, a rotatividade é muito grande. Eles ficam lá até conseguir algo melhor. Normalmente, o salário é alto, e, ainda assim, em 3 anos tive 6 médicos diferentes na minha equipe”, conta.
Por outro lado, pode faltar recursos básicos, como curativos e materiais para fazer sutura. Um funcionário de uma Organização Parceira conta que faltam materiais mínimos na sua unidade, como um aparelho de medir pressão. Isto porque, se este item não está previsto no convênio firmado, ele não é comprado pelo administrador privado, pois não haverá o reembolso do Estado.
Este funcionário avalia que a aparência mais nova das unidades geridas pelas organizações privadas agrada uma parte da população, mas assegura que o atendimento piorou bastante. “As metas são indicadores de produção, o problema é que elas aparecem de cima pra baixo, não são discutidas com a região, não levam em consideração a conjuntura e as necessidades locais. E o profissional é tão ameaçado e pressionado, que ele entra numa dinâmica de não dar conta e aí troca de unidade. Então tem uma rotatividade muito grande de profissionais, principalmente médicos, e isso prejudica o vínculo de quem está lá com a população local”, lamenta.
Para ele, isto faz muita diferença. “Tem questão, por exemplo, que é de saúde mental. Uma pessoa pode ir todo dia à unidade relatar um problema diferente e ele fica passando por procedimentos padrões, faz várias consultas, por não ter um profissional que se envolva com o local e perceba que o problema é de outra ordem”, exemplifica.
Não é novidade
As denúncias relatadas hoje já haviam sido alvo de investigação em 2007, numa sub-relatoria da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. O relatório final da Comissão, de autoria do deputado estadual Hamilton Pereira (PT), afirma:
“A gestão por cumprimento de metas, por processos e por produtividade utilizados nas Organizações Sociais gera uma situação de instabilidade para os trabalhadores por elas contratados ocasionando uma superexploração. (…) Outra questão grave foi o problema de ‘quarteirização’, a terceirização ou contratação de empresas por parte das OS’s, encontradas em todos os hospitais (…) Diante do quadro apurado, constata-se que o chamado ‘melhor desempenho’ dos Hospitais geridos por Organizações Sociais de Saúde pouco significam na prática. A conclusão a que se chega, na presente questão, é que o frágil controle do Estado sobre essas entidades e sobre a execução da assitência à saúde, aliada à grave precarização do trabalho nas OS’s, justifica a necessidade de um processo de reversão da gestão (…)”.
Apesar disso, o total de hospitais gerenciados pelas organizações subiu de 13, em 2007, para 22, em julho deste ano, de acordo com a apuração do CNS. O relatório do deputado estadual Raul Marcelo (PSOL), Sub-Relator de Organizações Sociais da CPI, apontou também para a necessidade de uma CPI específica para investigar as relações entre as OSs e o governo do PSDB, em São Paulo, mas como o partido tem maioria na Alesp, a denúncia não foi adiante.
“A bancada do PSDB dificultou ao máximo a criação da sub-relatoria para investigar as OSs, no entanto, conseguimos aprovar num cochilo da base do Governo, quando da votação do nosso requerimento. Mas, a situação mudou completamente na votação do nosso relatório e das suas respectivas conclusões e propostas, porque além das denúncias de falta de transparência, participação e controle social sobre estes hospitais, também propusemos o retorno dos hospitais entregues às OSs para a administração direta. Isso é possível do ponto de vista administrativo e comprovamos em nosso relatório, para alterar o projeto de privatização hoje em curso no nosso Estado. Mas todas nossas propostas sofreram limitação total”.
Em 2007, o deputado visitou 7 dos 13 hospitais geridos por OSS. O quadro apurado não mudou: uma OSS, normalmente, gerencia várias unidades, todas terceirizam algum tipo de serviço, contratando empresas sem licitação, e o sistema de metas para medir a transferência de recursos é, no mínimo, questionável – situação que se agrava pela ausência de um mecanismo de fiscalização que contemplasse a participação dos usuários e funcionários. Seu parecer concluiu:
“A terceirização, dentro das Organizações Sociais, ocasionam graves prejuízos à qualidade do ambiente de trabalho dos funcionários, caracterizados por desvio de função, sobrecarga de serviços e usual assédio moral e alta rotatividade quanto às empresas terceirizadas. As terceirizações também não estão submetidas a algumas regras da administração pública como a lei de licitações, fundamental à transparência dos serviços prestados pelo Estado ou para o Estado. Essa falta de transparência pode inclusive proporcionar uso indevido dos recursos públicos, que foi o teor de uma série de denúncias recebidas sobre processos de terceirização nos hospitais da dministração superfaturamento de contratos, prestação de serviço aquém do contratado, favorecimento individual, dentre outros.”
CAROS AMIGOS – Débora Prado |